5 de julho de 2013


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Quando você diz que está fazendo terapia, ou que está em acompanhamento psicológico, ou que simplesmente está pensando em procurar um psicólogo, não é raro ouvir "mas está tão ruim, a esse ponto?".

Na maioria das vezes procuramos e precisamos de acompanhamento psicológico em momentos difíceis da vida que sozinhos não conseguimos "dar conta" da situação. Ou quando estamos em tratamento médico e é importante ter o psicológico saudável para o sucesso do primeiro. Ou quando medicamentos e outros tratamentos não conseguem resolver nossos problemas.

As pessoas vão ao psicólogo ou porque alguém (médico, professor, pai, amigo, namorada, etc.) sugeriu ou porque sentiram necessidade ou de resolver alguma questão ou de se conhecer melhor. Quase nunca alguém vai porque vai para fazer "manutenção", como se vai ao dentista. Mas é certo que, uma vez que você tem interesse em si mesmo, em se conhecer melhor e, de alguma forma, mudar a sua situação atual que não lhe satisfaz, um psicólogo pode ser um profissional muito útil para acompanhar essa tarefa.

Algumas situações em que o acompanhamento psicológico pode ser interessante de alguma forma são em quadros de:

- depressão

- ansiedade

- agressividade

- insegurança

- insatisfação profissional

- questões sexuais (disfunções, transtornos, distúrbios)

- medo (síndrome do pânico, fobia social, hipocondria)

- transtornos alimentares (bulimia, anorexia, compulsão alimentar)

- pré e pós-operatórios (cirurgia bariátrica, transplantes, plásticas)

- pós-traumáticos (lutos, tragédias, mudanças)

- tratamento de câncer e outras doenças de tratamento demorado

- tratamento de vícios e manias

- problemas de relacionamentos (familiar, profissional, social)

- fases intensas da vida (vestibular, casamento, separação)

- gravidez e maternidade

Além disso, tudo que está relacionado a seu comportamento, sentimento ou pensamento que esteja incomodando de alguma forma (uma "mania", por exemplo) pode ser discutido com um psicólogo. Não que ele seja a solução para todos os assuntos, mas pelo menos vai ajudar a entender a situação e pensar junto como chegar no que você quer.

Quanto ao formato, na prática, estar sob acompanhamento psicológico é ter um psicólogo tratando e acompanhando a sua queixa. A duração das sessões e a periodicidade delas, bem como a duração do tratamento, varia conforme o método de trabalho e recomendações do profissional.

E sim, a maioria dos profissionais faz uma entrevista inicial para apresentar seu trabalho e ouvir a queixa do paciente. Sem cobrar (mas é sempre bom confirmar antes). Por isso, literalmente, não custa nada perguntar se você está na dúvida.

19 de fevereiro de 2013

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Um ponto da ética psicológica que enfatizo durante o processo psicoterapêutico é que tudo o que ocorre durante a sessão não será divulgado de forma alguma, à pessoa alguma. Pelo menos não por mim, a terapeuta. Se o paciente quiser falar sobre a sessão, sobre a psicóloga, sobre o que quer que seja com quem quer que seja, é da escolha e liberdade dele. Mas o contrário nunca ocorrerá.

É importante deixar claro também que ele tem que sentir à vontade e confiar o suficiente no profissional, a ponto de poder falar sobre tudo o que ele sentir vontade, que lhe vier à cabeça. Na psicanálise então, essa seria uma condição quase que sine qua non para o processo, uma vez que o insconsciente (e tudo que ele "produz") é o principal objeto de estudo da teoria psicanalítica.

Agora, só uma observação: cada profissional tem seu método de trabalho e estudo, como anotações, relatórios de atendimento, laudos, artigos acadêmicos/científicos, etc. em que descrições e análises quanto ao atendimento (terão) serão trasncritas. Mas nesses casos, o paciente é avisado e a identidade preservada.

Pelo menos é assim que me ensinaram e é assim que eu faço.

18 de fevereiro de 2013

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Isso vale no feminino também: psicólogas e psicólogas.

Não faço ideia de quantos psicólogos atendendo em consultório existem em São Paulo. Sei que são muitos. Centenas. Milhares talvez. Sem exagero. E isso gera vantagens e desvantagens na hora de escolher um para se chamar de "seu".

A vantagem é a conveniência de se poder escolher alguém que esteja a uma melhor localização no seu itinerário, além de atender suas expectativas como profissional, no que se refere à especialidade ou método de trabalho. Porque, convenhamos, não ter que cruzar a cidade e ficar horas no congestionamento toda semana estimula a continuidade do tratamento. Ter um leque grande de opções também te permite optar o sexo e a faixa etária do profissional, o que pode estimular/facilitar o primeiro contato.

Não estou dizendo que a escolha de um psicólogo depende apenas de fatores externos de comodidade ou de simples preferência. Longe disso! Apenas coloco que, em cidades como São Paulo, onde há dificuldade de trânsito e uma oferta muito grande de profissionais, as pessoas podem tentar tornar a tarefa menos difícil inserindo a terapia no seu cotidiano, de forma a causar menor impacto possível na logística de deslocamento. E também podendo optar por profissionais com quem se sentirão mais à vontade e seguros para se tratar.

É claro que um bom profissional estará habilitado e capacitado a receber a pessoa que chegar em seu consultório mas, bem mais que um tratamento médico, o tratamento psicológico depende em boa parte da colaboração do paciente. Assim, tudo que puder ser feito à favor dessa relação será benéfico para os resultados.

E a maior desvantagem, como já era de se esperar, é a oferta em demasia que coloca profissionais não preparados na mesma leva dos mais esforçados, confundindo ainda mais quem está procurando. Assim, se você está procurando um tratamento psicológico por conta ou apenas recebeu orientação para procurar atendimento psicológico e não um encaminhamento para um profissional específico, talvez as dicas a seguir possam ajudar:

Onde encontrar seu psicólogo?

- peça indicação para alguém, de sua confiança, que conheça algum profissional da área.

Como existem muitos psicólogos que trabalham cada um com uma especialidade, talvez seja interessante pedir sugestões de pessoas que já passaram com algum profissional e recomendam o trabalho. Se o caso não for da área de atuação dele ou se ele atende ou atendeu alguém muito próximo (um parente ou um amigo) talvez ele prefira te encaminhar para outro profissional. Mas, com certeza, ele terá uma indicação para te passar.

- procure uma instituição ou um serviço público de atendimento psicológico em sua cidade

Além de ter baixo custo (ou nenhum dependendo do local), eles fazem triagem e atendimento conforme sua necessidade. Se não for possível ou se não for de seu interesse o atendimento no local, existe um cadastro de profissionais vinculados à instituição e você pode receber encaminhamento para um desses profissionais cadastrados.

- em jornais, revistas e internet

Não tem como negar que é uma forma de encontrar sim um psicólogo, principalmente uma forma rápida e fácil. Nem vou tapar o sol com a peneira e condenar a internet (estaria sendo até contraditória) que possibilita o profissional disponibilizar uma infinidade de informações, sejam elas verídicas ou não. Mas é fato que procurar nesses meios vai depender muito do seu bom senso e ainda mais da sua sorte, tamanha oferta existente.
- na lista de profissionais conveniados ao seu plano de saúde, sindicato, associação, etc.

Como escolher seu psicólogo?

- conferir se ele é psicólogo

Pode parecer bobagem mas é sempre bom vereficar se a pessoa tem sua situação em dia com o conselho da sua região e/ou com o Conselho Federal de Psicologia. No caso de psicanalistas, é preciso ter nível superior completo, não necessariamente em Psicologia. Isso garante pelo menos que a pessoa é um profissional que terminou o curso superior, está a para da conduta ética e profissional e pode ser questionada por seus atos em atendimento. Basta conferir se o nome e/ou número de inscrição está ativo ligando para o conselho da região.

- conferir as técnicas utilizadas

Pergunte qual a técnica e/ou linha teórica que ele utiliza para o tratamento e verifique junto ao conselho se é uma prática aprovada para a categoria. Por exemplo: um psicólogo nunca prescreve medicamentos, mesmo que fitoterápicos.

- "testar" alguns antes de decidir

Se tiver disponibilidade (em todo os sentidos), sugiro conhecer pelo menos dois profissionais, que utilizam métodos diferentes de trabalho, antes de iniciar um tratamento. Psicoterapia e psicanálise, por exemplo. Isso possibilita verificar com qual técnica você se identifica mais.

- empatia

Talvez seja o critério mais importante na escolha do profissional já que é a pessoa para quem você vai ter que contar suas questões mais íntimas, confessar coisas que não falaria à ninguém, de quem terá que ouvir algumas boas verdades e com quem terá que estar entre quatro paredes pelo menos uma vez por semana durante certo período tratando de questões apenas a seu respeito. Convincente?

Boa sorte!

6 de fevereiro de 2013

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Só para confirmar: sou psicóloga. Não sou psicanalista nem psiquiatra.

Quem você está procurando mesmo?

É tudo "psi" que vem do grego "mente" "alma" "psique" e tem a ver com esse nosso "algo" interior, mas são diferentes e me atrevo a resumi-los em poucas palavras:

Sou psicóloga porque fiz o curso de graduação em Psicologia. Psicóloga clínica porque atendo pacientes com queixas em saúde mental. Faço psicoterapia que é um tipo de tratamento, normalmente feito em consultório (mas que pode ser feito em outros ambientes e contextos), em sessões com determinada periodicidade e utilizando técnicas diversas. No meu caso, as sessões são individuais, semanais e não têm um número pré-determinado para o tratamento todo ser concluído.

Não sou psicanalista pois não uso o método que Sigmund Freud desenvolveu, a psicanálise (ou simplesmente "análise"), e que muitos outros fizeram suas contribuições, apesar de admirar, respeitar e ter muito interesse por essa área. Meu método de trabalho se baseia na Psicologia Humanista, na Abordagem Centrada na Pessoa de Carl Rogers e, por isso, acredito muito que o sucesso do processo psicoterapêutico se dá, em grande parte, pelo desenvolvimento do potencial do paciente e pela relação estabelecida entre o profissional e a pessoa que procura o serviço. Mas essa é apenas a base da definição teórica; na prática é tudo um pouco diferente.

E, por fim mas não menos importante, psiquiatra é aquele que cursou graduação em Medicina e se especializou em Psiquiatria. Ele também trata de saúde mental mas de uma perspectiva médica, comumente pedindo exames e utilizando-se de medicamentos para tal. E esse sim é doutor, eu não.

E quando procurar quem?

Quando escrevo este tipo de texto explicativo fico com receio da  reação de outros profissionais pois acredito que cada um tenha a sua opinião quanto à conduta profissional e vá querer defender a sua área. E, como já disse, não é o meu intuito teorizar, muito menos criar polêmica por aqui. Posto isso, a minha ideia é que:

Se você está com queixas físicas há alguns dias, como indisposição, náuseas, dores musculares, tonturas, alteração do sono, alteração de apetite, alteração do sistema digestivo, tristeza profunda, problemas de pele, etc., sem aparente melhora e atrapalhando o desempenho das suas atividades cotidianas, sugiro procurar um médico que, dependendo de cada caso, pedirá exames específicos e fará o encaminhamento para o profissional especialista.

Qual médico? Se existir um médico com o qual você se consulta com certa frequência e conhece o seu histórico, é esse mesmo, seja ele um clínico, seja ele um homeopata, seja ele um cardiologista. O importante é que ele te conheça o suficiente e você tenha abertura para comentar seus sintomas. Agora, se você não vai a médico algum há certo tempo e não está se sentindo bem, é mais que um bom motivo para fazer um check up, não acha? Procure um bom médico clínico generalista ou geriatra ou peça indicação à uma pessoa de confiança. Se você é mulher, sugiro procurar um(a) ginecologista já que é importante consultá-la(o) uma vez ao ano. Esse profissional pedirá exames e fará o tratamento e o encaminhamento que achar necessário.

Se a sua questão acontece mais no "psi" que expliquei lá no começo, de ficar bastante tempo pensando em um determinado tema, se algo te incomoda muito a ponto de atrapalhar seu desempenho em outras atividades do dia a dia, se está se sentindo sozinho, desanimado, com dúvidas, com angústias, com vontade de conversar com alguém que está muito a fim de te ouvir, se está inseguro quanto a algum assunto, ou se achando diferente e, de alguma forma isso está atrapalhando sua rotina, os serviços de um psicólogo ou de um psicanalista podem ajudar, e muito, se você aceitar a proposta de trabalho.

Esclarecendo: para se denominar psicanalista no Brasil, uma pessoa precisa utilizar o método da psicanálise para o atendimento de seus pacientes/clientes. A grande maioria dos psicanalistas tem formação em Psicologia, que certamente dá uma base melhor quanto ao comportamento humano que os outros cursos. Mas existem médicos (psiquiatras ou não) psicanalistas, filósofos psicanalistas, sociólogos psicanalistas, etc. Existem também sociedades e cursos de especialização em psicanálise que, por sua vez, também tem suas ramificações como a Psicanálise Freudiana, Psicanálise Lacaniana ou Psicanálise Junguiana e que podem dar o título de psicanalista aos profissionais que estudaram e ultilizam esse método de trabalho.

Sugerir quando procurar um psicólogo e quando procurar um psicanalista é algo que eu não me atreveria a fazer nem sob tortura. Limitaria-me a dizer que ambos têm objetivos similares, o de auxiliar a pessoa que a resolver a questão que tem com seu psique, mas utilizando ferramentas diferentes. Então, é a pessoa que procura o serviço que deve escolher o profissional e o método que mais lhe agradam e lhe convém. E isso se faz, ou por indicações ou conhecendo alguns profissionais antes de se decidir por um.

De qualquer forma, você não tem obrigação de saber a quem deve recorrer. Quem deve fazer isso é o profissional que for te atender. Por isso, é importante poder contar com pessoas qualificadas, capazes de fazer diagnósticos precisos e encaminhamentos corretos para evitar perda de tempo e contratempos que prejudiquem o tratamento.

5 de fevereiro de 2013

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Olá, muito prazer.

Meu nome é Cristiana mas, caso se sinta à vontade, por favor me chame de "Cris" porque sei que é fácil confundir meu nome com suas variações, e assim não tem erro.

O ponto de partida para a criação de um site foi a necessidade de ter um lugar com informações para poder divulgar meus serviços.

Relutei, muito, e ainda tenho minhas dúvidas e ressalvas, pois durante minha formação acadêmica acreditei muito na importância do contexto na psicoterapia, em que o paciente/cliente estabelece o primeiro contato com o psicólogo no consultório, levando as suas expectativas nesse encontro inaugural (depois podemos conversar sobre isso com mais calma). Então, imaginava que encontrar muitas informações sobre o local e sobre o profissional antes da primeira consulta poderia interferir de forma negativa no processo.

Mas, ao mesmo tempo, percebi que existe uma necessidade de "estar conectada" profissionalmente caso eu queira me destacar na multidão de colegas de profissão que cresce a cada ano.

Os psicólogos mais experientes têm uma rede de contatos constituída ao longo dos anos e o nome mais difundido na sociedade. Sempre foi assim. Só que nos últimos anos, com a expansão desenfreada das redes sociais, os psicólogos mais novos, esses que nasceram no mundo já com celulares e notebooks à mão, facilmente estão fazendo suas redes de contatos e divulgação de trabalho. E eu, que estou na geração de transição me vi perdida e concluí que se não estiver também disponível online acabo ficando para trás de todos.

Para não deixar o site parado, apenas com as informações profissionais, queria ter uma espaço para escrever. Não teses ou artigos sérios, pois a Psicologia já tem uma tendência a ter muitos assuntos complicados e tem gente muito mais qualificada que eu para fazer isso. Queria escrever sobre assuntos diversos já que vou seguir estudando Psicologia para o resto da vida, gosto de escrever e entendo um pouco de informática. Não tenho a mínima pretensão de explicar teorias, de discutir assuntos polêmicos, muito menos de fazer atendimento virtual.

A ideia e poder falar um pouco sobre Psicologia e também sobre alguns assuntos que tenho vontade de expor a minha opinião mas que, ou por falta de tempo ou por falta de contexto, acabo deixando de lado. E achei que a sala de espera de um consultório poderia ser um lugar bom para fazer isso sem muito compromisso.

Seja bem-vindo(a) e fique à vontade.